- Desenvolvimento de Software
Transformação digital é o assunto do momento. Independente do porte, diversas empresas estão preocupadas em desenvolver internamente a capacidade de avaliar, testar e capturar o valor das novas tecnologias constantemente, com o objetivo de manterem-se competitivas em um mercado cada vez mais volátil.
Mas como fazer isso? Como mudar a estrutura, cultura e processos de uma empresa para que essa se torne permeável a novas ideias e tecnologias? Uma possibilidade é começar pela área de TI, desenvolvendo-a para que ela seja, além de suporte, uma TI estratégica: relevante na criação de novas soluções, sejam elas internas para melhoria de processos, ou até novos produtos e serviços digitais que irão contribuir com a inovação do negócio.
Imagine comigo este cenário: uma empresa de médio porte possui uma área de TI composta por cinco desenvolvedores. O líder do time foi o primeiro a entrar na empresa, e construiu o sistema interno que, na época, atendia a uma demanda específica do negócio. Com o passar dos anos, outras áreas começaram a solicitar melhorias nesse sistema, e novos programadores foram contratados para fazer ajustes, corrigir erros e realizar manutenções – construindo cadastros e relatórios para ajudar na gestão dos processos internos.
Até hoje, o time trabalha dessa forma, implementando pequenas melhorias em um sistema legado e realizando tarefas de suporte. Isso é o que chamamos de uma TI tarefeira: ela resolve os problemas do dia a dia e, o que não pode ser efetivado no antigo sistema, é solucionado com planilhas online ou e-mails cheios de destinatários. Se perguntarmos para as outras áreas o que a TI faz, elas provavelmente dirão que a TI ajuda a resolver problemas de rede, nos computadores, e erros no sistema interno.
Esse exemplo não é um fato isolado. Muitas empresas com anos de experiência viram a sua TI tornar-se suporte e sustentação, e é claro que há uma necessidade e importância neste tipo de trabalho. Porém, no momento que vivemos, os profissionais de tecnologia precisam atuar também estrategicamente, pensando sobre entrega de valor e inovação no negócio.
O que aconteceria se, esse mesmo time de TI passasse a questionar a qualidade dos processos internos de trabalho? Se eles pudessem participar de conversas sobre o futuro da organização, explorar novas tecnologias e produtos, para assim propor soluções que trouxessem retorno? Se eles pudessem estar diretamente conectados aos feedbacks dos clientes reais para descobrir suas dores e sugerir formas digitais de tornar a organização cada vez mais relevante no mercado?
A TI estratégica é aquela que atua na entrega de valor: seja nos processos internos, a fim de gerar maior eficiência; seja nos produtos e serviços oferecidos externamente, ligados à inovação. É uma TI vinculada ao negócio, que tem capacidade de iniciar e incentivar a transformação digital da empresa e que é vista pelas outras áreas como decisiva para o sucesso contínuo.
Isso não significa que a TI atua sozinha na inovação, mas sim que ela tem o papel de facilitadora do processo inovativo. Ela deve catalisar ideias, dores e oportunidades para transformá-las de forma contínua em novas soluções incrementais, que permitem testar e escalar aquelas de melhor resultado. Ou seja, a TI pode trazer para a organização método – para conceber soluções, para priorizar o portfólio, e para experimentação e entrega.
Para converter uma TI tarefeira em um TI estratégica, é preciso treinar os profissionais para que eles consigam olhar para o negócio e pensar em soluções de valor; além de facilitar a realização desse processo junto das demais áreas, em um movimento de cocriação.
Na SoftDesign, fazemos isso através da Concepção, um serviço que proporciona ao time uma vivência de Design Thinking, método de pensamento usado para lidar com problemas de outras áreas (LUCHS, 2015) por meio de um entendimento aprofundado pela observação (BROWN, 2008). Seu objetivo é entender a perspectiva do usuário para pensar em soluções e testá-las antes de certificar sua viabilidade.
Na Concepção, são aplicadas técnicas de ideação, pesquisa, definição de personas, estudos de jornadas, proposição de valor e criação de protótipos. Com esse aprendizado, o time de TI passa a avaliar as demandas da empresa e estudá-las antes de colocá-las em produção, aumentando os níveis de eficiência e satisfação. Além disso, tal mudança de mindset dos profissionais provoca alteração no como a TI é vista pelas demais áreas da organização, que passam a entender que podem contar com a TI como parceira para discutir e amadurecer ideias estratégicas.
É claro que não basta estar treinado para pensar em soluções. Uma das definições do próprio Design Thinking é que precisamos testar. Então, também é necessário que esse time de TI esteja treinado em conceitos como Lean Startup e Experimentação, para que ele seja capaz de planejar tais testes, seja com protótipos ou com MVPs, e priorizar sua execução.
Por fim, esse time precisa ainda ter uma boa maturidade para atuar com a entrega contínua de valor, através dos métodos ágeis, o que vai propiciar a entrega de MVPs e de versões subsequentes em ciclos curtos e com boa qualidade. Nesse ponto, você pode contar com a nossa Consultoria em Métodos Ágeis para ajudar o seu time a chegar lá.
Este artigo é um convite para que você volte a pensar no potencial da tecnologia para sua empresa; para que você volte a ouvir com ouvidos atentos as dores e ideias que já estão aí, dentro da organização. Lembre-se que as pequenas tarefas do dia a dia muitas vezes são urgentes, mas nem tudo que é urgente é importante.
Defendemos aqui que uma TI capaz de conceber, priorizar e experimentar soluções é uma agente de transformação bottom-up, uma transformação feita ao modo ágil, com transparência e adaptação, envolvendo aos poucos até os mais céticos. Conte com nossa ajuda através da Concepção e da Consultoria em Métodos Ágeis para ajudar a chegar lá.
Entre em contato e vamos conversar sobre seus desafios de TI.