Empreender é uma atividade animadora e desafiante, visto que ela impacta a vida de muitas pessoas. Os projetos têm potencial de evoluir: começar simples com amigos em uma garagem e se tornar empresas consolidadas valendo milhões – ou até mesmo bilhões. É o caso das startups 99 e Nubank, por exemplo, unicórnios brasileiros que conquistaram valor de mercado de mais de um bilhão de reais. Nos bastidores, essas ideias de startups precisam ser trabalhadas e desenvolvidas para chegar em um alto grau de maturidade. O caminho é árduo, cheio de aprendizados e obstáculos. Por isso, nesta série de textos, irei abordar temas desde a busca por bons parceiros, passando pela evolução da ideia, até crescer a operação de uma startup. A ideia aqui é ajudar os empreendedores a tomarem melhores decisões de negócio, transmitindo a minha experiência na construção de projetos vencedores, assim como a participação naqueles que não deram certo. O intuito é mostrar a trilha e os e desafios que passei nesses cinco anos, além de trazer a experiência de outros profissionais da área. Sem mais delongas, vamos lá!
Competência e atitude do parceiro-sócio
Guy Kawasaki, no livro
A Arte do Começo ressalta: “Existem poucos fatores mais importantes para o sucesso de uma startup do que a escolha de parceiros incríveis” – e parceiros incríveis são, com certeza, aqueles competentes na sua área de atuação. Parceiros competentes são responsáveis e se comprometem com as entregas. Para geri-las, recomendo o uso de um sistema de gestão de tarefas, como o
Trello,
Asana ou
ClickUp (todos gratuitos). Assim, o que está formalizado em alguma dessas plataformas deve estar alinhado e ser cumprido pela equipe. Também, procure reunir um time que contemple diferentes áreas, como por exemplo: uma pessoa de negócios, uma de jurídico e outra de TI. Dessa maneira, a chance de construir uma solução de sucesso aumenta, uma vez que a maturidade da nossa ideia está relacionada ao processo de cocriação com nossos sócios e usuários. E, se faltar alguma expertise importante para o negócio na sua equipe, avalie buscar fornecedores especialistas no mercado. Além disso, idealmente, o sócio deve ter vontade e disposição de aprender e
ser resiliente, devido às eventuais mudanças de trajetória do projeto. Na minha experiência, é comum encontrar pessoas que nas primeiras dificuldades já
pulam fora do barco ou encontram desculpas para desistir. Saiba que a jornada de uma startup é um caminho de muito aprendizado e descobertas, logo, emplacar de primeira é difícil. Por fim, procure trabalhar ao lado de pessoas que são agradáveis, pois se trata de um casamento de longo prazo. Você vai querer dialogar e discutir, não brigar com o seu sócio, certo?
Visão e crença na sua startup
Não basta que os parceiros sejam apenas qualificados para a formação de uma startup: eles têm que acreditar no produto/serviço. Pessoalmente, vejo que o trabalho em uma startup se assemelha mais a uma religião do que um modo de ganhar a vida. Digo isso, pois a crença de todos no projeto é essencial para o seu sucesso. Preferencialmente, são pessoas com atitude de dono, que
vestem a camisa. Elas acreditam não somente no que a solução faz, mas no propósito e no
porquê da sua solução. Assim, encontrar pessoas que acreditam na sua visão de negócio é fundamental. Em se tratando de propósito, para muitos, o dinheiro não é o principal motivador ou carro-chefe da vida. Pode ser que esse tipo de pessoa trabalhe por menos a fim de fazer mais, produzindo algo significativo que faça diferença. Procure pessoas movidas por propósitos e não apenas pelo retorno financeiro. Vejo que o dinheiro é consequência de um bom trabalho e isso, nesse caso, significa que você construiu uma solução que realmente resolve um problema, com pessoas dispostas a pagar por ela. Gosto de uma frase que nosso CEO Osmar A. M. Pedrozo utiliza aqui na SoftDesign: “Seja apaixonado pelo problema, não apenas pela sua solução”.
Parceiro digno da sua confiança
A sabedoria popular diz: “Confiança é igual uma folha de papel. Uma vez amassada ela nunca mais volta a ser a mesma”. Assim, procure pessoas que possuam valores parecidos com os seus e que auxiliem no desenvolvimento do projeto. Algumas características desejáveis no parceiro são: transparência, honestidade e humildade. Transparência e honestidade são a chave para estabelecer uma relação de confiança de longo prazo. Pessoas com essas características colocam as coisas na mesa, mostram suas opiniões verdadeiras e sinceras, assim como defeitos e qualidades que elas possuem. A humildade é outro fator de grande importância no estabelecimento de uma relação saudável: pessoas dispostas a ouvir e discutir ideias, procurando chegar a um consenso e que entendem que essa relação ocorre de forma horizontal e não hierárquica. Em uma das minhas experiências, por exemplo, os dois cofundadores da startup faziam grande parte das operações por
baixo dos panos. Reuniões com investidores, clientes, resultados, quase tudo era secreto e girava em torno dos outros sócios. Isso dificultava meu trabalho de marketing, sendo que éramos uma equipe de apenas três pessoas. Dessa forma, a relação de confiança nos sócios e no sucesso do projeto ficou comprometida.
O tripé que faz diferença
Acredito que essas e outras experiências reforçaram, para mim, a importância de escolher bons parceiros. Em suma: competência, vestir a camisa e ser confiável são ingredientes cruciais para encontrar bons sócios para sua startup. No próximo texto, vou falar sobre a evolução da ideia de uma startup. Ah, e se você ou o seu time tem uma ideia de startup e não sabe bem por onde começar, preencha o formulário abaixo. Nós podemos trocar experiências. Até a próxima!