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Cibersegurança: entenda o que é, principais riscos e como fazer na prática

Por 02/05/2023 08/07/2024 12 minutos

Cartões virtuais, transações digitais, códigos de acesso via SMS e biometria — esses são apenas alguns exemplos de etapas de cibersegurança com as quais você já deve ter uma boa familiaridade.

Normalmente, elas são solicitadas na realização de qualquer operação financeira online e existem porque, atualmente, as medidas de segurança cibernética se tornaram indispensáveis para os negócios e, claro, para a proteção dos usuários. 

Por isso, garantir a segurança de dados e informações sensíveis disponíveis na rede é mais do que um dever: é um direito de privacidade do cidadão, e está previsto na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). 

Mas afinal, qual é o impacto da Cyber Security nos negócios? Como seus produtos digitais podem ser mais seguros? 

No conteúdo abaixo, além da resposta para essas perguntas, abordaremos conceitos, teorias e ações de segurança da informação que toda empresa deve colocar em prática para evitar ataques cibernéticos!

O que é Cyber Security?


Cyber Security (ou cibersegurança) é uma série de processos, ferramentas e metodologias que, quando integradas, ajudam a evitar falhas de segurança em vários níveis: principalmente na parte de hardware, infraestrutura, vulnerabilidades de software e sistemas.

Acontece que, quando falamos em produtos digitais e segurança em aplicativos, ainda é comum que as pessoas associem o termo apenas a roubos e fraudes em instituições bancárias. 

Mas a verdade é que essa prática nos protege de muitos outros cenários.Afinal, quando garantimos a segurança de computadores e servidores, protegemos informações que circulam em nossos sistemas, independentemente do setor.

Nesse contexto, o Arquiteto de Sistemas e Sócio da SoftDesign, Ricardo Camelo, afirma que: 

“Na prática, a Cyber Security existe justamente para barrar ações maliciosas no ambiente online. Eu acredito que a segurança é tão forte quanto o elo mais fraco da cadeia, ou seja: não adianta um determinado negócio digital ser altamente sofisticado no que diz respeito à proteção de APIs (Application Programming Interface) sendo que sua máquina executora é totalmente insegura.”  

Essa exposição pode se transformar em um vetor de ataque, que pode ser uma falha no banco de dados ou um firewall mal configurado, por exemplo.

Leia também: Empresa de software: como escolher a melhor para o seu negócio

Qual é a importância da cibersegurança


A proteção contra ameaças cibernéticas, como hackers, malware e phishing é um elemento determinante para garantir a integridade, confidencialidade e disponibilidade dos dados. 

As empresas precisam adotar medidas de cibersegurança para proteger seus sistemas e clientes, evitando situações como:

  • Prejuízos;
  • Danos à reputação;
  • Violações de privacidade dos usuários.

Foi justamente para reforçar essa segurança que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) entrou em vigor, em 2020. 

Sua principal função é proteger o cidadão e seus dados, não permitindo que informações que estejam na posse de entidades, empresas e governos sejam liberadas de forma indiscriminada, sem o consentimento dos usuários.  

O tema, inclusive, é de grande importância — dentro e fora do país. Para se ter ideia, em 2023 o Brasil acumulou prejuízos de R$ 6 milhões em ataques cibernéticos. Globalmente, o número assusta ainda mais: são US$ 12,5 bilhões em prejuízos.

Sala com profissionais trabalhando com cibersegurança em seus computadores

Nesse ponto, Ricardo acredita — justamente por isso — que a cibersegurança é importante em todas as etapas de desenvolvimento de um software, e não apenas no final do produto digital.

Isso porque, ao deixar a implementação apenas para a última etapa, será necessário refazer uma série de processos, e isso impacta no seu investimento. Ele afirma:

“Questione-se: qual usuário irá consumir um produto ou serviço vulnerável? Imagine um marketplace, por exemplo. Além dos usuários finais, existem os clientes que comercializam seus produtos. Será que eles irão manter a confiança na empresa depois de seus dados serem divulgados na internet?”.

Empresas de todos os portes precisam se preocupar com Cyber Security


Muitos empreendedores ainda acreditam que os únicos negócios que precisam se preocupar com a cibersegurança são as instituições financeiras.

Como vimos, essa afirmação está longe de ser verdade.

Claro que bancos e fintechs possuem um regramento mais complexo e acabam investindo mais em segurança para poder operar, implementando funcionalidades como: 

  • Camadas de autenticação de identidade;
  • Senhas transacionais;
  • Segundo fator, que pode ser uma notificação com código de acesso via SMS ou biometria. 

É fato que o mercado financeiro possui toda uma normativa de regras que precisam ser seguidas. Por exemplo: quando um cliente de um banco está fora do seu país de origem, pode ser necessário avisar sobre essa movimentação geográfica para ter acesso ao cartão de crédito no exterior. 

Mas isso não significa que as demais empresas devem se preocupar menos com o assunto — tampouco negligenciá-lo. Afinal, vale a reflexão aqui: analisar o comportamento, a história dos usuários e definir padrões são ações essenciais para todo tipo de negócio. É por isso que, às vezes, recebemos ligações para validar compras que são consideradas suspeitas. 

Quem faz a análise de segurança, no fim das contas, é quem define quais processos e ameaças precisam ser mitigados. E essa é uma escolha do investidor, que pode optar por tratar apenas algumas das questões diagnosticadas, assumindo o risco pelas demais. 

Lembre-se: negócios são feitos de riscos e eliminá-los completamente é impossível, seja em startups ou multinacionais. Entretanto, implementar estratégias viáveis para mitigá-los ao máximo deve ser um compromisso organizacional.

Principais riscos de cibersegurança


As empresas estão expostas a vários riscos de segurança. Entre os principais, podemos citar:

  • Risco de imagem, que pode acabar com a reputação de um negócio;
  • Risco financeiro, que pode gerar perda de dinheiro por meio de vazamentos de dados de cartões de crédito, por exemplo;
  • Risco jurídico, em que os usuários insatisfeitos podem processar a sua empresa;
  • Risco legislativo, devido às multas aplicadas pelo governo em decorrência de infrações às legislações vigentes. 

Pensando nesses riscos, podemos ressaltar que a cibersegurança serve justamente para salvaguardar empresas, evitando que elas percam dinheiro e credibilidade.

Vale lembrar que, com a transformação digital vivida nos últimos anos, toda a base tecnológica de desenvolvimento migrou para a segurança em nuvem e APIs alocadas na internet, que, teoricamente, podem ser acessadas por qualquer pessoa. 

Assim, empresas que não investirem em segurança estarão cada vez mais suscetíveis a ataques

Por isso, é importante compreender que a Cyber Security existe exatamente para manter o negócio vivo. Entretanto, devemos lembrar que, no universo da segurança, o maior risco ainda é o fator humano.  

Como fazer segurança cibernética? Veja dicas práticas


Implementar um bom fluxo de segurança cibernética envolve adotar uma série de práticas que protegem seus dados e sistemas contra ameaças online. 

Entre as medidas mais importantes estão:

  • Atualização constante de softwares e sistemas;
  • Uso de antivírus e firewalls;
  • Realização de backups regulares dos dados.

Mas vamos nos aprofundar nesse assunto. Confira, a seguir, as melhores práticas para fortalecer a sua cibersegurança.

Inclua a cibersegurança em toda a jornada de desenvolvimento


O Ciclo de Vida de Desenvolvimento de Software (SDLC, em inglês) prevê um planejamento antecipado de segurança em aplicativos que tem início na concepção, passando pelas etapas de desenvolvimento e testes (como os testes de penetração) até a entrega desse produto estratégico

A missão de cibersegurança, aqui, consiste em diminuir riscos e garantir a segurança de ponta a ponta.  

Para tanto, o SDLC é um processo que precisa ser aplicado desde o início do projeto. Assim, não se deve passar para uma nova fase sem que os critérios da etapa anterior estejam completos e de acordo com os requisitos

Alguns desses processos são feitos de forma automatizada, por meio do Teste de segurança estático (SAST) e do Teste de segurança dinâmico (DAST). Com o objetivo de testar os níveis de segurança dos aplicativos, plataformas e sistemas, essas soluções:

  • Localizam vulnerabilidades;
  • Diagnosticam problemas;
  • Simulam possíveis ataques hackers. 

Ao colocar o SDLC em prática, criamos produtos e serviços mais seguros e, por isso, esses mecanismos são muito interessantes para negócios digitais.  

Plano de ação


Após implementar o SDLC, será desenvolvido um plano de ação conforme as necessidades e o orçamento disponível. 

Nesse momento, a verificação de dois fatores é outro ponto necessário, já que esse mecanismo protege os dados e aumenta o nível de segurança, evitando possíveis ataques, além de também manter sua nuvem protegida

Para isso, considere:

  • Instalar alertas de comportamentos anômalos;
  • Rastrear tentativas de acessos ilegítimos;
  • Investir na área de suporte para garantir um atendimento eficaz e educativo.

Outra opção é a estratégia Zero Trust, que é um tipo de mecanismo de proteção para uso corporativo.

Essa ferramenta é como se fosse uma VPN mais complexa, que analisa os computadores e bloqueia determinados acessos caso o usuário não tenha o antivírus instalado ou a permissão de uso necessária. 

Segundo Ricardo Camelo:

“Com a consolidação do trabalho remoto, reforçar a segurança tornou-se ainda mais importante. O Azure AD, por exemplo, nos permite definir de qual local uma pessoa pode efetuar login, ou seja, se ela tentar acessar o sistema de um outro país não será possível. Nós vivemos em uma sociedade tecnológica e em transformação, e cada vez mais precisaremos criar e implementar mecanismos que elevem o nível de segurança dos negócios.”

Use recursos inovadores


Independentemente do que você aplique em segurança da informação, é importante ter em mente as palavras de Ricardo Camelo: “Não existe, ainda, uma solução que facilite a vida do usuário e garanta segurança máxima”

Mas calma que essa é uma notícia importante para que o seu time não desvie a atenção do foco da questão de cibersegurança. Isso ajuda a garantir um monitoramento contínuo sobre:

  • As melhores tecnologias;
  • Ferramentas mais utilizadas;
  • Tendências para alcançar um grau significativo de proteção dos dados.

A biometria, por exemplo, é um dos melhores mecanismos de prova de vida que temos hoje, mas, com o avanço da Inteligência Artificial (IA) também podemos usar esses mesmos meios de proteção para promover ataques.

Equilibre Cyber Security e usabilidade


Usabilidade e segurança, em geral, podem ser duas forças contrárias. Às vezes, quando desenhamos um processo menos seguro, geralmente o foco está voltado para o usuário. 

Pense em qual tipo de login seria mais fácil em um aplicativo

  • O que simplesmente pede dados de e-mail e senha?
  • Aquele que também exige várias etapas de validação, incluindo a biometria?

Encontrar um equilíbrio é muito complexo e não existem estudos na área que apontem uma fórmula mágica. De acordo com o NIST (The National Institute of Standards and Technology), órgão americano que dita normas de segurança, a senha ideal é composta por 30 caracteres

Mas quem usa uma senha desse tamanho hoje em dia? Se fossemos colocar todas as indicações em prática, os aplicativos seriam praticamente impossíveis de usar.

Por isso, muitas vezes, as empresas acabam assumindo o risco para não serem substituídas pela concorrência. 

O que sabemos, até o momento, é:

  • A cada ano que passa, as soluções de segurança que implementamos são rebatidas mais rápido; 
  • Cyber Security é um processo contínuo, ou seja, não é algo que você faz uma vez e está resolvido;  
  • Nem sempre, os mecanismos criados vão de acordo com a usabilidade do usuário. 
  • A cibersegurança impacta, sim, a experiência do usuário, mas essas medidas que diminuem o risco de fraudes. 

Por isso, a questão da usabilidade versus segurança depende muito de cada negócio e de como avaliamos os riscos, como afirma Ricardo Camelo:

”Pense em um sistema que ainda não tem usuários: como equilibrar segurança e UX? Eu acredito que o primeiro passo é buscar apoio na LGPD. E aqui me refiro não apenas a questões de consentimento, mas sim das fraquezas do produto, que podem ser usadas por um ente malicioso para ferir a legislação.”

Tenha um time capacitado


Em segurança, trabalhamos em times geralmente divididos por cores, em que cada equipe fica responsável por uma área.

Os principais são:

  • Blue Team: composto por profissionais que avaliam a segurança defensiva ao testar os níveis de proteção da empresa;
  • Red Team: responsável pela segurança ofensiva, que é testada por meio de ataques planejados;
  • Yellow, Purple, Green, Orange e White Team: servem para cobrir todas as vertentes da área de cibersegurança. 

Por isso, é importante ressaltar que segurança é uma responsabilidade de todos, assim como dito por Ricardo: 

Não é porque a pessoa é Product Owner (PO) que não precisa ter conhecimentos em Cyber Security. É claro que isso não significa que a pessoa precisa ser especialista na área, mas todo o time de produto precisa, sim, ter noções básicas sobre as falhas de segurança que podem impactar negativamente o negócio.”

Seguindo essa linha de pensamento, podemos citar dois exemplos:

  • Um PO, que atua no desenvolvimento de um produto do mercado financeiro,  precisa ter esse tipo de conhecimento, pois essa é uma área naturalmente repleta de riscos
  • O Programador, da mesma forma, também precisa estar preparado para desenvolver soluções digitais mais seguras.  

Invista em cibersegurança


A cibersegurança é o grande elemento por trás da proteção de informações sensíveis e capaz de garantir integridade e confiança em operações digitais.

Assim, adotar boas estratégias é uma necessidade para qualquer negócio digital que deseja se manter competitivo e seguro no ambiente online.

Nós sabemos que Cyber Security é um tópico altamente complexo, que precisa de um time experiente com Arquiteto de Software, Analistas de Negócio, DevOps e Especialistas em Cibersegurança para se tornar realidade.

Pensando nisso, na SoftDesign atuamos com times multidisciplinares para criar produtos seguros e inovadores.

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Perguntas frequentes


A seguir, respondemos algumas das dúvidas mais comuns sobre cibersegurança, ajudando você a entender melhor a importância e as práticas recomendadas para proteger dados e sistemas.

Qual é a função da cibersegurança?

A função da cibersegurança é proteger sistemas, redes e dados contra acessos não autorizados, ataques cibernéticos e danos, garantindo a integridade, confidencialidade e disponibilidade das informações.

Como fazer segurança cibernética?

Para fazer segurança cibernética, adote práticas como a atualização constante de softwares, uso de antivírus e firewalls, realização de backups regulares e a implementação de autenticação multifator.

O que é preciso para trabalhar com segurança cibernética?

Para trabalhar com segurança cibernética, é necessário ter conhecimentos em redes, sistemas operacionais e protocolos de segurança, além de certificações específicas e habilidades de solução de problemas.

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Pâmela Seyffert

Content Marketing Analyst na SoftDesign. Jornalista (UCPEL) com MBA em Gestão Empresarial (UNISINOS) e mestrado em Comunicação Estratégica (Universidade Nova de Lisboa). Especialista em comunicação e criação de conteúdo.

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