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Interface de aplicativos: diferenças entre iOS e Android

Por 27/04/2021 22/07/2024 12 minutos

As interfaces de aplicativos desempenham um papel crucial na User Experience (UX), influenciando diretamente a percepção e o sucesso de um produto digital. Afinal, uma interface bem projetada não apenas facilita a usabilidade, mas também promove a satisfação e fidelização de seus clientes. Nesse sentido, entender as diferenças entre as interfaces dos sistemas operacionais mais populares, iOS e Android, tornou-se imperativo para gestores de tecnologia que buscam inovar suas soluções e manter vantagem competitiva.

Na prática, a Apple e o Google adotam abordagens distintas no design de suas interfaces, cada uma com suas próprias diretrizes e padrões de usabilidade. Essas diferenças vão muito além da estética, pois afetam a navegação, a interação e a acessibilidade dos apps. Para colaborar neste entendimento, neste artigo, compartilhamos insights sobre interfaces iOS e Android, a fim de oferecer uma visão estratégica que impulsione o aprimoramento de produtos digitais.

O que é a interface de um aplicativo?


Na prática, as guidelines de design desempenham um papel fundamental, pois resultam na criação de interfaces coesas e intuitivas. No caso do iOS, a Apple estabelece Human Interface Guidelines, ou seja, Diretrizes de Interface Humana que oferecem direcionamentos específicos sobre elementos visuais, interação e comportamento.

Já o Android adota o Material Design, um sistema criado pelo Google que visa promover uma experiência de usuário consistente. Ambas refletem os valores e objetivos das respectivas empresas e representam recursos essenciais para desenvolvedores que buscam criar aplicativos inovadores.

Sendo assim, para facilitar a comparação entre as especificidades de iOS e Android, dividimos este artigo em cinco tópicos:

  1. Navegação
  2. Ícones
  3. Tipografia
  4. Componentes
  5. Exemplos de interfaces

É importante ressaltar que as diretrizes fornecidas por Apple e Google não são inflexíveis. Isso significa que o seu principal objetivo é proporcionar ao usuário uma experiência completa, simples e objetiva, sem que ele perceba as adaptações e personalizações feitas pelo time de desenvolvimento de software.

1. Padrões de navegação iOS e Android


Cada sistema operacional tem sua abordagem única para a navegação em aplicativos. No iOS, a navegação superior geralmente inclui um botão de voltar à esquerda, com o título da página centralizado na tela. Enquanto isso, no Android, o título é alinhado à esquerda e não há a necessidade de um botão de retorno na barra superior, pois o sistema oferece um menu inferior com ações fixas, incluindo a opção de retorno. No entanto, algumas interfaces de aplicativos podem optar por incluir um botão de retorno na barra superior, representado por uma seta ou, em alguns casos, um menu hambúrguer.

Nas imagens abaixo, podemos visualizar um exemplo de navegação iOS: o título centralizado, o botão voltar à esquerda e outro botão de ação à direita. Também existe a possibilidade de hierarquizar o título conforme o seu grau de importância – isso tem por objetivo orientar as sessões que os usuários estão enquanto navegam e pesquisam.

ilustração da interface de aplicativos iOS
Título Centralizado X Título Grande. Fonte: Human Interface Guidelines.

No iOS, é comum hierarquizar o título de acordo com sua importância, o que auxilia na orientação dos usuários durante a navegação. Títulos mais proeminentes podem estar localizados abaixo dos botões de ação e alinhados à esquerda.

Por outro lado, no Android, a diretriz padrão de navegação superior mantém o título alinhado à esquerda, fornecendo informações por meio do menu hambúrguer.

ilustração de interface de aplicativos android
Fonte: Material Design.

1.1 Navegação Primária


Navegação primária em aplicativos se refere às ações principais, que são apresentadas de forma específica em cada plataforma. No iOS, essas ações são localizadas na parte inferior da tela – próxima ao dedo polegar do usuário –, e podem incluir um número variável de guias, geralmente entre dois e cinco. Caso existam mais guias do que o espaço permite, a guia da direita pode ser utilizada como um menu sanduíche para fornecer acesso às demais funções do aplicativo.

No Android, a abordagem é mais flexível. Enquanto a imagem à direita ilustra um modelo padrão de navegação superior entre abas, o Material Design oferece uma variedade de opções, incluindo navegação lateral, para frente e para trás. Para obter mais detalhes sobre cada tipo de navegação, recomenda-se consultar a documentação oficial do Material Design.

Comparativo entre interfaces ios e android
Navegação Primária iOS X Android. Fonte: Google Imagens.

1.2 Navegação Secundária


Navegação secundária, também conhecida como menu “mais ou menu sanduíche”, é comumente aplicada tanto nos sistemas operacionais iOS quanto no Android. Porém, no Android, esse tipo de menu pode estar localizado tanto na navegação superior quanto na inferior, proporcionando acesso às funções adicionais do aplicativo. Na imagem abaixo, é possível identificar esse tipo de aplicação.

Ilustração das interfaces ios e android para comparar a navegação secundária
Navegação Secundária: iOS X Android. Fonte: Google Imagens.

 1.3 Navegação voltar


No iOS, o botão de voltar está sempre localizado no topo à esquerda, permitindo que os usuários retornem à tela anterior ou à tela inicial do aplicativo. Enquanto isso, no Android, existe a barra de navegação global, que oferece uma maneira consistente de retornar ao passo anterior em qualquer momento da navegação no aplicativo.

Vídeo ilustrativo sobre a navegação voltar na interface ios
Navegação voltar no iOS. Fonte: BloG Muz Li.

2. Ícones


No iOS, os ícones seguem as diretrizes estabelecidas nos princípios visuais da Apple, com um foco de atenção singular. Eles são caracterizados por serem quadrados preenchidos, com cantos arredondados e sem a aplicação de transparência no fundo.

No Android, as diretrizes se adaptam mais facilmente, mas você deve respeitar o tamanho mínimo indicado no Material Design. Este serve não apenas como referência para o tamanho, mas também como um guia abrangente para a aplicação de luz, grid, anatomia e outros aspectos do design. De forma resumida, a característica essencial a ser observada é seu tamanho mínimo: 44x44pt para iOS e 48x48dp para Android.

Ilustração com o comparativo dos ícones ios e android
Ícones Android X Ícones iOS. Fonte: Blog Cheesecakelabs.

 3. Tipografia


A tipografia é abordada em ambas as documentações, embora a decisão de seguir as diretrizes seja deixada a critério de cada projeto. No Android, a família tipográfica recomendada é a Roboto, com a Noto sendo indicada para idiomas não cobertos pela principal. A anatomia da fonte Roboto é caracterizada por formas mais longilíneas e espaços maiores entre as letras.

Por outro lado, no iOS, a família tipográfica preferencial é a San Francisco. Embora semelhante à Roboto, ela é um pouco mais compacta e foi especificamente projetada para garantir a legibilidade em tamanhos reduzidos.

ilustração comparativa entre as tipografias ios e android
Diferenças de Tipografia iOS X Android.

 4. Componentes


Cada plataforma oferece uma variedade de componentes, essenciais para manter uma coesão visual em diferentes partes da interface de aplicativos. Esses elementos são fundamentais para Designers e Desenvolvedores, e cada sistema operacional possui seu próprio conjunto de componentes, podendo haver notáveis diferenças visuais entre os guias de estilo de cada um.

Nas imagens abaixo, por exemplo, são apresentados alguns dos componentes característicos de cada sistema operacional. Para mais detalhes, recomenda-se acessar os Componentes do Material Design e as Diretrizes de Interface Humana (Human Guidelines).

ilustração com os componentes de interfaces android
Componentes Android.
ilustração com os componentes de interfaces ios
Componentes iOS.

 4.1 Componentes e Nomenclaturas


Ao falarmos de componentes, é importante notar que cada plataforma trata alguns deles de maneiras distintas. Por exemplo, a barra de guias no iOS (tab bar) é usada para ações fixas de interação dentro do aplicativo, facilitando o acesso rápido a diferentes seções. Já no Android, utiliza-se a barra de navegação (navigation bar) para a navegação global do dispositivo, incluindo ações como voltar, ir para a tela inicial e visualizar aplicativos recentes.

Na imagem a seguir, nomeamos cada componente para facilitar a visualização dessas diferenças.

Comparativo dos componentes e nomenclaturas de interfaces ios e android
Componentes e Nomenclaturas iOS X Android. Fonte: imagem própria.

 5. Exemplos de interfaces


Para ilustrar as diferenças entre as interfaces de aplicativos, compartilhamos dois exemplos muito populares. No app da Amazon para iOS, a barra de guia fixa contém quatro guias principais para navegação e um botão “Mais” para acessar submenus. Em contraste, no app da Amazon para Android, as guias de navegação estão localizadas no menu hambúrguer no canto superior esquerdo, alinhado com o nome do aplicativo, e são seguidas por botões de ação à direita.

ilustração comparativa entre Interface App Amazon iOS X Android.
Interface App Amazon iOS X Android. Fonte: imagem própria.

Outro exemplo interessante é o aplicativo do Twitter. No Android, adaptaram-no para se assemelhar mais ao iOS, posicionando a maioria dos componentes de maneira semelhante em ambas as plataformas, oferecendo uma experiência de usuário mais uniforme.

Interface App Twitter Android X iOS
Interface App Twitter Android X iOS. Fonte: imagem própria.

Em resumo, esses exemplos destacam como os aplicativos podem variar entre plataformas, adaptando suas interfaces para melhor atender às diretrizes de design e às expectativas dos usuários de cada sistema operacional.

Interface de aplicativos: Android vs iOS


Após observar e comparar características de cada interface de aplicativos, entendemos que ambas as diretrizes têm o mesmo objetivo: padronizar o design das plataformas. Isso, no entanto, não impede a personalização das interfaces. Os usuários baseiam os padrões apresentados nos conhecimentos já adquiridos, resultando em uma menor curva de aprendizagem.

Em conclusão, iOS e Android adotam um design centrado no usuário, focando na usabilidade e na experiência positiva. No iOS, isso se reflete nas Human Interface Guidelines, que enfatizam a simplicidade, a clareza e a coerência. No Android, o Material Design prioriza uma interface intuitiva e responsiva, adaptável a diferentes dispositivos e tamanhos de tela.

Por fim, é importante salientar: o que vimos até aqui é apenas uma pequena parte do vasto universo do Material Design e das Human Interface Guidelines. Logo, consultar esses materiais, usar os aplicativos em ambos os sistemas operacionais e prestar atenção aos detalhes ajudarão a entender como tarefas semelhantes são tratadas de maneiras diferentes em cada plataforma, sempre com o objetivo de melhorar a experiência do usuário.

Como desenvolvemos interface de aplicativos human-centered


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Perguntas frequentes

A seguir, confira respostas para algumas das principais dúvidas sobre interface de aplicativos.

O que é a interface de um aplicativo?

A interface de um aplicativo é a camada visual e interativa pela qual os usuários interagem com determinado app. Sua importância reside em proporcionar uma experiência de uso intuitiva e agradável, facilitando a navegação e influenciando a satisfação do usuário.

Qual é a guideline de design dos aplicativos iOS?

As Human Interface Guidelines do iOS oferecem diretrizes detalhadas para a criação do design de interface de aplicativos eficientes e atraentes, abrangendo layout, tipografia, cores e interações. Dessa forma, elas garantem uma experiência consistente para os usuários dos dispositivos Apple.

Qual é a guideline de design dos aplicativos Android?

As diretrizes de design dos aplicativos Android são denominadas “Material Design”. Elas oferecem orientações para aspectos visuais e interativos, a fim de garantir uma experiência de usuário intuitiva em diversos dispositivos do sistema operacional Android.

Foto do autor

Gabriela Castro

Product Designer com pós-graduação em Experiência do Usuário pela PUCRS. Especialista em user e product research, com atuação em concepções e experimentações para startups early stage.

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