- Inovação
Em tempos de isolamento social, nosso CEO Osmar A. M. Pedrozo substituiu as palestras presenciais pelas lives. No dia 29 de abril, a convite da Silva Lopes Advogados, ele conversou com Layon Lopes da Silva, CEO do escritório de advocacia, sobre Gestão de Times e Inovação frente à crise econômica provocada pelo coronavírus.
O bate-papo abordou o momento atual da SoftDesign e o papel dos métodos ágeis na adaptação necessária às empresas – ele pode ser aplicado não somente em tecnologia, mas em diversas áreas de negócio. Ainda, Layon e Osmar conversaram sobre inovação, perspectivas futuras para a economia, e demostraram otimismo em relação ao cenário pós-pandemia.
A SoftDesign, assim como a maioria dos negócios de tecnologia, estava em pleno crescimento quando a pandemia de coronavírus eclodiu. Com mais de 115 colaboradores (entre desenvolvedores, Scrum Masters, Product Owners, QA’s e UX Designers), a empresa precisou adaptar a rotina presencial ao trabalho remoto, sem se esquecer de proporcionar a todos tranquilidade e segurança para trabalhar de casa.
Osmar contou que a horizontalidade da empresa se mostrou muito importante para dar continuidade aos projetos nesse cenário. “Desde a criação em 1997, a nossa empresa é colaborativa. Isso significa que todos se sentem responsáveis pelo seu próprio trabalho e, portanto, se esforçaram para ajustá-lo a essa nova realidade, contribuindo para tornar a comunicação ainda mais efetiva. Além disso, a prática dos métodos ágeis nos deu sustentação para seguir com a organização necessária, visto que neles utilizamos diversas ferramentas que garantem a transparência e as entregas constantes”.
O método ágil nasceu da necessidade de trazer agilidade para o desenvolvimento de software, para que fosse possível entregar produtos digitais mais rapidamente e de forma menos burocrática do que o proposto pelo método tradicional, o famoso método waterfall. De acordo com Osmar, os métodos ágeis vieram para apoiar o desenvolvimento de software, trazendo conceitos que buscam adaptação, flexibilidade, ciclos mais curtos de entrega e, por consequência, feedback constante do cliente.
Quando questionado sobre a efetividade do uso de tais métodos com times de outras áreas de mercado, Osmar respondeu: “Eles são usados fortemente na área de tecnologia, mas podem ser utilizados em qualquer outra área, visto que seus conceitos são amplos e seu objetivo macro é organizar o trabalho considerando tarefas, prioridades e responsabilidades. E os métodos ágeis têm ainda outro importante benefício: eles favorecem a inovação porque suas boas práticas propõem aprendizado durante o processo, mudança de modelos mentais e adaptação constante”.
Por suas características, nos últimos anos, diversas startups e empresas consolidadas começaram a usar os métodos ágeis para trabalhar e desenvolver seus negócios digitais. Havia, então, uma mudança de cultura acontecendo no mercado, e a situação pela qual estamos passando vai impulsioná-la ainda mais. Osmar afirmou que o momento é transformador.
“Muitos negócios que estavam no seu ambiente tradicional, que não eram digitais ou eram parcamente digitais, viram suas receitas desaparecerem da noite para o dia nesta crise. Os gestores dessas empresas terão de entender que não é possível continuar da forma antiga, que é imprescindível se transformar digitalmente. Afinal, pode vir uma segunda, terceira onda dessa doença, até que tenhamos uma vacina, e as empresas que não estiverem preparadas vão desaparecer. Ou seja, a crise atual é um empurrão para que os negócios passem a inovar, por meio de métodos ágeis e pela observação de como as startups, que são mais leves, desenvolvem seus negócios e produtos. Ah, e inovação não é somente em produto: pode ser em gestão, em marketing, em vendas, etc.”
Para Layon, um case interessante de agilidade, transformação digital e inovação em meio à crise atual é o da Via Varejo, empresa responsável pelas redes de lojas Casas Bahia e Ponto Frio. “Bem no início do isolamento social no Brasil, eles viram seu faturamento cair em 70% com todas as suas lojas físicas fechadas. Para impulsionar a venda online, foi lançada uma campanha intitulada ‘Me chama no Zap’, plataforma de vendas pelo WhatsApp que foi colocada no ar em quatro dias. Por meio dela, 7.500 vendedores começaram a trabalhar com a base de clientes já existentes das lojas e, no final de abril, a empresa atingiu 80% do faturamento pré-lockdown”.
Esse exemplo comprova que, sempre que há uma crise forte, há também um renascimento. Porém, segundo Osmar, “as empresas não terão muito tempo para decidir inovar e se adaptar porque, neste cenário, ou se transforma ou desaparece. O momento é desafiador, mas acredito que o mercado vai voltar a aquecer pós-pandemia, pois haverão muitas oportunidades”.
No final da live, Layon e Osmar ainda salientaram que acreditam que a crise atual vai mostrar às pessoas a importância da pesquisa e do desenvolvimento, tanto em áreas públicas quanto privadas. Afinal, essas são as principais fontes de inovação, é onde está o limite do conhecimento.
“Neste momento, estamos todos contando com a ciência; falando em números e taxas; usando a tecnologia para trabalhar. Por isso tenho uma visão otimista e acredito que podemos sim nos tornar um país autossuficiente em inovação, desde que haja muito investimento em educação e produção do conhecimento”, finalizou Osmar.