- Desenvolvimento de Software
Atualmente, é importante que as empresas tenham soluções que permitam responder às mudanças do mercado, ao mesmo tempo em que ofereçam serviços estáveis, com escalabilidade e alta qualidade aos usuários. E é aí que a arquitetura de microsserviços tem ganhado o seu devido destaque.
Prometendo uma maneira mais flexível e eficiente de desenvolver e gerenciar softwares complexos, essa abordagem se apresenta como uma alternativa moderna às tradicionais arquiteturas monolíticas.
Mas o que exatamente são os microsserviços e como eles se aplicam à realidade das empresas? Neste artigo, vamos explorar os principais pontos em torno do assunto para entender por que essa metodologia tem sido cada vez mais adotada nas rotinas corporativas.
Em tecnologias mais antigas, uma única aplicação tratava de todas as funcionalidades necessárias para um determinado domínio. Por exemplo: em sistemas de gestão, CRM ou forças de vendas.
Além disso, essa aplicação única era responsável desde a exibição das informações para o usuário em tela (front-end) e o processamento das informações (back-end) até o armazenamento (banco de dados).
Acontece que, hoje em dia, isso afeta diretamente os negócios. Especialmente, em escalabilidade e manutenibilidade.
Por isso, antes de falar sobre a arquitetura de microsserviços, precisamos entender quais desafios ela resolve. Veja só:
À medida que uma empresa cresce e absorve mais clientes, é comum observar impactos no desempenho da aplicação ou mesmo situações de indisponibilidade.
Aplicações monolíticas têm facilidade de escala vertical, que consiste, de maneira simplificada, em aumentarmos a capacidade do servidor onde está a aplicação. Então aumentamos a memória, o número de CPUs e torcemos para que seja suficiente.
No entanto, todo servidor tem um limite, e não é raro encontrar empresas que já levaram seus monólitos ao limite da máquina.
A alternativa é a escalabilidade horizontal — dividir a carga entre múltiplos servidores. Porém, a arquitetura dos monólitos não é muito amigável para esse tipo de movimento.
Devido à sua natureza intrincada, o monólito geralmente não permite a execução de atividades em paralelo de forma independente, exigindo a execução de processos de forma sequencial, um de cada vez, com toda a aplicação mantendo o ‘estado’ do processo específico em execução.
Esses problemas de desempenho podem gerar questões como:
Outro impacto relevante acontece na capacidade de manutenção da aplicação. Isso porque, o custo de propriedade de um software vai muito além da sua aquisição ou desenvolvimento inicial.
Dessa maneira, a empresa precisa manter a aplicação com manutenção evolutiva e corretiva, além de garantir sua disponibilidade com o monitoramento e a manutenção do ambiente e infraestrutura associados.
Inicialmente, as aplicações monolíticas são excepcionalmente simples de manter. Mas, com o tempo, a base de código começa a aumentar e o número de pessoas envolvidas também. Como tudo está junto, nem todos os desenvolvedores colocam as coisas no lugar certo.
E aí, de repente, regras de negócio que deveriam estar na camada de back-end são criadas no front-end, ou funções que pertencem a uma funcionalidade X são escritas junto com as da funcionalidade Y.
Todos os desenvolvedores, cada um com uma tarefa e um objetivo diferente, estão modificando essa mesma base de código. Eventualmente, eles farão alterações inconsistentes entre si, criando erros não previstos.
O efeito dessa dificuldade nos negócios aparece de diferentes maneiras. Uma delas é quando uma nova versão que modificou uma parte específica da aplicação apresenta erros em outras partes que, a princípio, estavam normalizadas.
Outro efeito é o aumento do lead time, onde cada manutenção passa a demandar muito mais tempo na integração entre os desenvolvedores e nos testes, resultando em um crescimento exponencial da complexidade de manutenção.
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SOA, ou Arquitetura Orientada a Serviços (Service-Oriented Architecture), é um estilo de arquitetura de software que permite criar aplicações em pedaços menores e independentes, com responsabilidades claras e que conversam entre si.
Dessa maneira, traz a solução para os problemas que citamos acima sobre o monólito: segmentar e desacoplar.
Essa abordagem faz parte de padrões de arquitetura como MVC e MVVM, mas SOA leva isso adiante ao desacoplar as funções, criando múltiplos serviços.
Dessa maneira, cada serviço é um sistema fechado, que fornece funcionalidades de negócios para apoiar a construção de um ou mais produtos estratégicos.
As características que identificam um serviço são:
Considerando essas características, muitos autores usam os termos ‘Serviços’ e ‘Microsserviços’ como sinônimos.
No entanto, há uma diferença entre SOA e microsserviços: enquanto SOA foca na integração e comunicação entre serviços relativamente grandes e independentes, os microsserviços levam essa abordagem a um nível mais granular.
Com isso, na arquitetura SOA, cada principal função pode ser dividida em um serviço que contém seu próprio banco de dados e seu back-end com múltiplos endpoints relacionados àquele domínio.
Além disso, o próprio front-end pode ser dividido, com uma estratégia de microfrontends, e uma camada intermediária de back-end (o BFF — Backend For Frontend) pode ser útil para gerenciar serviços muito granulares.
A arquitetura de microsserviços é uma abordagem de desenvolvimento de software em que uma aplicação é dividida em pequenos serviços independentes, cada um com uma responsabilidade clara, que interagem entre si por meio de APIs.
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Vamos imaginar a partir de um exemplo: uma empresa de tecnologia que desenvolve um sistema de gestão pode dividir suas funcionalidades em serviços independentes como faturamento, gestão de clientes e relatórios.
Assim, cada serviço pode ser desenvolvido, implantado e escalado independentemente, permitindo flexibilidade e rapidez na resposta a mudanças.
Com isso e a partir do que abordamos no tópico anterior, ficou mais claro como a arquitetura de microsserviços pode ser aplicada em diversos cenários?
A arquitetura de microsserviços tem ganhado destaque no desenvolvimento de software devido às vantagens de usar uma infraestrutura nesse formato.
No entanto, assim como qualquer outra abordagem, ela também apresenta pontos de atenção que devem ser considerados. Para entender melhor essa arquitetura, é importante analisar tanto os benefícios quanto os desafios que ela traz para as empresas.
Confira quais são a seguir.
A maior vantagem da abordagem de microsserviços é a flexibilidade que ela oferece, permitindo que empresas se adaptem rapidamente às mudanças e evoluam suas aplicações de maneira eficiente. Os principais benefícios incluem:
Apesar das vantagens, a arquitetura de microsserviços também apresenta desvantagens que devem ser consideradas:
A arquitetura de microsserviços oferece flexibilidade, escalabilidade e eficiência no desenvolvimento e manutenção de aplicações, sendo uma poderosa aliada na transformação digital.
No entanto, sua implementação requer uma infraestrutura robusta, conhecimento especializado e pode envolver um custo inicial elevado.
Mesmo assim, os benefícios em longo prazo, como a capacidade de adaptação rápida às demandas do mercado e a maior resiliência dos sistemas, justificam o investimento e os esforços necessários para sua adoção.
Precisa de ajuda especializada nesse sentido? Então, conheça os nossos serviços de arquitetura de software e entenda como nossos profissionais podem encontrar soluções para os desafios impostos pelas suas aplicações!
Para ajudar a esclarecer dúvidas comuns sobre a arquitetura de microsserviços, compilamos uma lista de perguntas frequentes e suas respostas, confira!
Microsserviços são componentes independentes de uma aplicação, cada um focado em uma funcionalidade específica, permitindo desenvolvimento, implantação e escalabilidade.
Microsserviços são unidades de funcionalidade autônoma em uma aplicação, enquanto APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) são os meios de comunicação entre esses serviços.
Para desenvolver microsserviços, adote uma abordagem modular, utilize ferramentas de conteinerização como Docker, implemente práticas DevOps e escolha tecnologias adequadas para cada serviço.
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