- Desenvolvimento de Software
Você já pensou sobre como é composto um time de produto? Quando surge a necessidade de criar uma solução digital, seja um aplicativo, uma plataforma ou até um sistema interno, muitas pessoas logo pensam em contratar um Programador.
Mas será que é por aí que se começa? Será que existem outros profissionais essenciais na construção de produtos digitais? E quais são as prioridades que devem ser consideradas ao estruturar esse time?
Ter um time bem estruturado é um componente indispensável para o sucesso do produto, pois só assim você conseguirá atender à demanda e aos interesses do usuário.
Afinal, cada profissional especialista que faz parte do time irá contribuir com sua expertise: no design, no marketing, na programação, etc.
Neste artigo, iremos explorar os perfis, papéis e conhecimentos necessários a um time de produto. Confira!
O time de produto é a equipe responsável por transformar interesses e desejos do cliente em funcionalidades reais em um produto digital. Eles cuidam do planejamento, da estratégia de desenvolvimento, do ciclo de vida e da sustentação do produto depois da entrega.
Em outras palavras, esse time supervisiona e executa os processos relacionados à concepção, estruturação, desenvolvimento, teste, avaliação, entrega do produto ao mercado e também a implementação de melhorias constantes.
O time administra o orçamento e o tempo, buscando sempre os melhores resultados.
Por ser uma equipe interdisciplinar, é possível gerenciar o produto em maior escala, englobando todo seu ciclo de existência.
Além disso, o time de produto também desenvolve ideias para estimular a inovação na empresa, ao apresentar novos itens ao mercado.
Outro ponto é que o time de produto geralmente está sempre focado no usuário e em gerar valor para eles.
Nesse sentido, o desenvolvimento deve ser orientado a dados, a pesquisas e à experimentação, com base na compreensão sobre o que o usuário espera e nos princípios de User Experience.
Pensar em como o time é estruturado é um ponto importante. O design da organização tem um impacto nos resultados, porque ajuda a deixar claro as responsabilidades, expectativas e até o nível de autonomia.
Esse assunto é tão importante que já existe até uma área de estudo focada na estruturação dos times para atingir melhores resultados.
De acordo com Raphael Silva, Head of Portfolio da SoftDesign, é essencial pensar na estrutura do time baseando-se nas competências individuais dos envolvidos e em como elas podem se complementar, pois isso afeta diretamente o tamanho do time, os custos e o hand-off.
“Esse é um fator de alto risco, se for feito por alguém que não entende o processo de construção de produtos digitais”, alerta.
Para não partir do zero, então, uma possibilidade é estudar alguns modelos já existentes para nos inspirar ao criar times. Tais modelos são fruto de processos ou de cases conhecidos de empresas famosas.
O modelo mais comum hoje é aquele sugerido pelo Scrum. Nesse framework, os papéis em um time de produto são: Scrum Master, Product Owner e Developers.
É importante comentar que são papéis, e não cargos. Em última instância, um Programador poderia assumir também o papel de Scrum Master.
O Product Owner pode ser alguém do negócio, que participa ativamente junto ao time. E os Developers são todas as pessoas necessárias para realmente executar o trabalho, incluindo Programadores, Designers, Analistas de Qualidade, etc.
Se seguirmos as sugestões do Scrum, nossos times serão formados por dez ou menos pessoas, já que esse tamanho favorece a comunicação, a colaboração e a produtividade. No modelo Spotify, os times são maiores e têm de seis a 12 pessoas.
Alguns agilistas utilizam a regra de sete pessoas, aceitando uma variação de duas para mais ou para menos.
E tem ainda a regra da pizza, usada por Jeff Bezos na Amazon: seu time deve ter um tamanho que seja possível saciar pedindo duas pizzas!
Se você está montando um time, ou começando a pensar sobre montar um, confira a lista que fizemos com as competências e os perfis que nós, da SoftDesign, entendemos que são necessários para construir um produto digital nos dias de hoje.
Vamos começar com o core, o básico deste time de produto:
É um papel-chave, que é responsável por estruturar a visão e a estratégia do produto, planejar roadmap e traduzir as necessidades vindas dos usuários, do negócio e do mercado para o time.
Quanto mais essa pessoa estiver conectada com as decisões estratégicas e conhecer a tese de investimento do produto, melhor!
Um papel que não é possível dispensar nos dias de hoje, já que os usuários são cada vez mais exigentes com a experiência do produto e têm mais facilidade de optar por produtos similares.
Esse perfil é responsável por conhecer o usuário, seus hábitos e necessidades e, com esses dados, propor uma experiência que busque usabilidade, engajamento e encantamento.
São as pessoas que vão realmente escrever o código do produto, além de fazer configurações de ambiente, de infraestrutura e automatizar processos e testes. Um time de produto sempre tem mais de uma pessoa nesse papel.
E o tipo de produto irá determinar quais tipos de Programadores você irá precisar.
Talvez você precise de:
Esse é um perfil que evoluiu muito nos últimos anos, e que, de forma geral, exige conhecimento para:
O time vai precisar de alguém que ajude a adotar um processo/método de trabalho e se organizar.
Geralmente esse papel também se preocupa em garantir que a produtividade e capacidade de entrega do time sejam estáveis e em melhoria constante.
Afinal, essa é a única coisa que garante previsibilidade para o negócio, gerando os dados necessários para planejar um roadmap.
Vale citar que é comum que os Agilistas acompanhem mais de um time ao mesmo tempo.
Esses são papéis que, provavelmente, não precisam estar 100% dedicados.
Ainda assim, é importante que o time tenha acesso a pessoas com a experiência e conhecimento necessário para definir uma arquitetura de software e stack tecnológica e para validar ou configurar a infraestrutura necessária para o produto rodar no seu ambiente de produção.
Essas pessoas trazem uma visão de pensar na continuidade, desempenho, capacidade e segurança do produto.
Aqui se abre todo um novo universo! Se seu produto tem clientes, você precisa pensar em como levar ele para o mercado.
Como se posicionar e anunciar? De que forma encontrar e atrair clientes? Para tudo isso, existe um perfil de profissional focado em Marketing de Produto.
Mas é claro que toda a sua demanda de produtos digitais não vai ser resolvida por sete pessoas ou com duas pizzas!
Na verdade, conforme uma startup cresce, ou uma empresa tradicional se transforma digitalmente, ela vai precisar de múltiplos times, ou seja, de escalabilidade.
Marty Cagan, no livro Inspired, sugere que uma startup, quando ainda está buscando market-fit, vai ter entre um e quatro times, com no máximo 25 Programadores.
Já nas famosas startups unicórnio, é possível chegar a centenas de times. A maior parte das empresas, no entanto, vai encontrar o platô do seu produto sem uma escala tão grande e estabilizar com uma dezena de times.
Aí entram os modelos que tentam nos ajudar a escalar essa estrutura de uma forma organizada, como LeSS e o Safe. Outro modelo que ficou muito famoso e influencia muita gente é o exemplo do Spotify, que comentamos anteriormente.
Nesse modelo, o foco está em estruturar uma organização com muitos times, mas ainda assim garantir agilidade e autonomia para que os times consigam entregar resultados sem sofrer com dependências paralisantes ou perder a conexão e criar um “Frankenstein”.
Do Spotify, o que ficou famoso mesmo foi a nomenclatura, que você já deve ter ouvido: Squads, Tribes, Chapters e Guilds.
O mais legal do modelo, na verdade, é se inspirar nas formas práticas que eles encontraram para fazer a gestão do conhecimento entre os times.
Como já vimos, as metodologias ágeis são úteis em times de produto, como um arsenal de ferramentas que ajudam a fazer um melhor trabalho.
Duas metodologias importantes são Scrum e Kanban.
O Scrum parte do princípio da divisão das tarefas em etapas pequenas, com entregas frequentes de versões rápidas do produto, os Minimum Viable Products (MVPs). O objetivo é sempre testar e validar rapidamente.
Busca também o foco em colaboração e comunicação constante, com as sprints, que são reuniões frequentes e curtas.
A gestão de produtos fica a cargo do Product Owner, um papel instituído pela metodologia para controlar a execução e alinhar com os interesses do cliente.
Kanban, por sua vez, é uma estratégia focada em dividir tarefas por categorias, que podem ser, por exemplo, o andamento delas. Um exemplo comum é dividir as tarefas entre: prontas para fazer, fazendo, feitas, etc.
O Kanban é, sobretudo, uma tática visual para organização de atividades e das responsabilidades do time. Assim, evita retrabalho, sobrecarga e confusão.
O Product Owner (PO) é uma figura central no time de produto, sendo responsável por maximizar o valor do produto resultante do trabalho do time de desenvolvimento.
Ele atua como a ponte entre os stakeholders e o time de desenvolvimento, garantindo que todos estejam alinhados quanto à visão e aos objetivos do produto.
Entre suas principais responsabilidades estão a definição e priorização do backlog do produto, a fim de garantir que o time de desenvolvimento esteja sempre focado nas tarefas mais importantes.
E, claro, o Product Owner deve estar disponível para esclarecer dúvidas, fornecer feedback contínuo e tomar decisões rápidas para manter o fluxo de trabalho eficiente.
O PO comunica as necessidades e expectativas dos stakeholders ao time de desenvolvimento, traduzindo essas demandas em requisitos claros e priorizados.
Ele também garante que os stakeholders estejam atualizados sobre o progresso do desenvolvimento e quaisquer mudanças no escopo ou nas prioridades.
Da mesma forma, o Product Owner é o guardião da visão do produto, uma vez que se certifica de que todos os esforços do time de desenvolvimento estejam alinhados com a estratégia geral da empresa.
Ele conduz pesquisas de mercado e de usuários para fundamentar decisões, a fim de ajustar a direção do produto conforme necessário para atender às demandas do mercado e dos clientes.
Outra função do Product Owner importantíssima é entregar o produto mais valioso possível ao mercado, equilibrando as necessidades dos usuários, as capacidades do time de desenvolvimento e as metas estratégicas da empresa.
Ele deve ser um excelente comunicador, negociador e tomador de decisões, sempre com o foco na entrega de valor contínuo e incremental.
Na hora de pensar em como estruturar um time de produto, desafios diversos podem surgir. Nesse sentido, iremos analisar alguns dos erros e desafios mais comuns ao montar times de produto.
Um produto digital não é um esforço para uma pessoa só. Desde 1986, já está consolidado que a criação de produtos requer um time multidisciplinar, capaz de aportar para o produto as várias visões necessárias: de negócio, de usuário, de tecnologia, etc.
Mesmo em uma startup early-stage, em que a equipe certamente precisa ser enxuta, contar com uma pessoa sozinha para resolver todo o produto digital costuma ser uma decisão ruim, com impacto negativo no resultado, no time to market, e até na retenção do conhecimento.
Se você trabalha em uma empresa madura, outra preocupação é conseguir quebrar os silos. Um time requer um grupo de pessoas trabalhando juntas. Não é possível manter as pessoas em setores separados (o setor de qualidade, o setor de design, etc.) e transferir demandas entre eles.
Esse tipo de padrão gera esforço adicional de hand-off (transferência da tarefa entre setores) e quebra a colaboração que é necessária para lidar com a complexidade de um produto digital.
Outro problema é contratar as pessoas necessárias, mas não deixar que elas se dediquem para o produto, dividindo a atenção dessas pessoas entre múltiplos jobs ou contextos diferentes.
Quem trabalha assim não vai dedicar a atenção necessária para se aprofundar no contexto do produto, além de perder produtividade. O melhor é ter um time dedicado.
Montar um time de produto digital não é uma tarefa fácil. Como vimos, esse time deve ser bem estruturado, sobretudo com os princípios de agilidade e inovação como um horizonte.
É por isso que a SoftDesign se preocupa em construir um ambiente de trabalho que nos ajude a captar, formar e reter ótimos profissionais, com os quais montamos os times de desenvolvimento de produtos para atender nossos clientes.
Além disso, investimos continuamente em conhecimento e na adoção de tecnologias e métodos de ponta, o que mantém nossas pessoas colaboradoras motivadas para construir produtos inovadores junto com nossos clientes.
Se quiser saber mais, conheça nosso serviço de Concepção!
Entender o funcionamento e a estrutura de um time de produto é essencial para empresas que desejam criar produtos de sucesso. Abaixo, respondemos algumas das perguntas mais frequentes sobre times de produto:
Um time de produto desenvolve e gerencia produtos, desde a concepção até o lançamento, focando nas necessidades do usuário e nos objetivos da empresa.
O Product Owner define e prioriza o backlog do produto, atuando como a ponte entre os stakeholders e o time de desenvolvimento para garantir a entrega de valor contínuo.
Um time de produto deve incluir papéis-chave como Product Owner, Desenvolvedores, Designers, todos alinhados com a visão e objetivos do produto.