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Validação de produto: veja tudo o que você precisa fazer!

Por 18/02/2021 16/07/2024 11 minutos

Desenvolver um produto digital envolve o esforço de criar algo que será utilizado e que trará algum impacto positivo aos usuários. Para garantir isso, a validação de produto é um ótimo termômetro.

Com ela, as empresas conseguem entender bem seus produtos e traçar estratégias para melhorias contínuas. Dessa forma, torna-se mais fácil inovar e contribuir para o mercado como um todo.

Ficou interessado? Saiba tudo sobre como validar um produto digital ao longo do conteúdo!

O que é a validação de um produto?


A validação do produto digital é a etapa em que se verifica se um produto está, de fato, pronto para o mercado — ou seja, se tem um bom product market fit. 

Na prática, é o momento de ouvir os clientes, experimentar e fazer testes para atestar se a versão final é a ideal ou se a empresa ainda precisa iterar para ajustar.

Pode ser focado em qualidade, em desempenho, em suavidade da experiência de uso ou ainda mesmo em segurança. Ou em todos esses elementos ao mesmo tempo. 

Então, em um ciclo de desenvolvimento que começaria com um planejamento e ideação, a validação é mais ou menos a penúltima etapa. É uma fase final, próxima do lançamento.

Além disso, podemos dizer que ela é:

  • Uma estratégia de inovação, mas com cuidado com os possíveis riscos; 
  • Útil e importante para reduzir erros e custos com retrabalho depois que o produto já foi lançado;
  • Uma validação do processo como um todo, que busca atestar se tudo foi feito corretamente.

Esse tipo de tática é fruto direto do uso de metodologias ágeis. Afinal, no Agile, as entregas curtas e frequentes garantem o sucesso do produto e a viabilidade em termos de tempo e orçamento. 

Como validar um produto?


A validação de um produto utiliza técnicas e metodologias específicas, como: Minimum Viable Product (MVP), testes de usabilidade, testes A/B, entrevistas com usuários, iteração baseada em feedback, etc.

Vamos analisar cada uma delas abaixo:

  • MVP: consiste em desenvolver uma versão simples, um protótipo do produto para fins de testes e audição do mercado. Não é um esforço total, como o necessário para desenvolver o produto final. A partir disso, a empresa precisa seguir uma lógica incremental, de sempre adicionar novos detalhes;
  • Testes de usabilidade: consistem em avaliar questões básicas do uso e da experiência do usuário. Ou seja, é diferente de um teste de funcionalidade, que apenas se importa se a função foi realizada ou não. O de usabilidade pensa na praticidade do uso, na facilidade, na jornada do usuário e na satisfação;
  • Testes A/B: basicamente, resume-se a dividir o produto em duas versões e ter usuários testando ambas. A partir disso, analisam-se os dados para observar quem obteve melhor experiência;
  • Entrevistas com usuários: além dos testes, outra tática é perguntar diretamente aos clientes sobre a usabilidade, sensação de uso e satisfação geral;
  • Iteração com base em feedback: essa estratégia é a base de toda a jornada do processo de validação de produtos. A partir do feedback da validação, é preciso iterar o desenvolvimento sempre até chegar a um bom resultado, ou seja, um produto devidamente validado. 

Como funciona o processo de validação?


Vamos agora listar o processo de validação e estabelecer uma linha do tempo com os passos exatos:

  1. Pesquisa e testes: primeiro, é importante ouvir o usuário e coletar dados, seja com testes A/B, com usabilidade, ou entrevistas de usuários;
  2. Análise dos dados: depois de ter os dados coletados, o próximo passo é analisar o que foi dito ou avaliado. É necessário entender e interpretar as informações dos testes de usabilidade, buscando informações  ou padrões nas entrevistas;
  3. Ajustes: agora, faça as mudanças necessárias no produto, com o foco em entregas menores, direcionadas, de acordo com o feedback recebido. Se o planejamento e a ideação forem bem feitos, os pontos ajustados não deverão custar muito para a equipe;
  4. Reinício do ciclo: então, é preciso continuar tentando validar e continuar submetendo o produto a testes, a fim de reforçar sua segurança e qualidade. 

Validação de produto: veja as 5 melhores práticas


Vamos entender agora como validar produtos digitais com as melhores estratégias. Confira:

Resiliência e desapego


Peter Drucker uma vez disse que a “cultura come a estratégia no café da manhã”. 

Isso significa que sua estratégia, no papel, não tem valor, ela é apenas um conjunto de hipóteses. E quanto mais inovador for o negócio, mais incertas são as hipóteses.

Claro que faz sentido esboçar estratégias, ter ideias e criar modelos de negócio. Mas é necessário estar totalmente ciente de que essas construções são:

  • Temporárias;
  • Feitas para serem modificadas, melhoradas e reconstruídas. 

Aí entra a necessidade do desapego: na sua trajetória construindo uma inovação digital, não é possível estar apegado a uma ideia inicial, ou a um modelo de negócio específico, mesmo quando pesquisas, testes e o mercado dão sinais de que ele não funciona. 

Além disso, a jornada entre a ideia e o product market fit:

  • Não é fácil ou curta;
  • É cheia de dúvidas, repleta de decisões difíceis e até de alguns sinais confusos; 
  • Os tais fits não são binários, não são perguntas simples respondidas com um sim ou não;
  • É um processo de aprendizado, que exige muita interação com as pessoas.

É necessário ter resiliência para atravessar essa fase de incertezas. Saber que pode não dar certo de primeira, e estar preparado para passar meses em ciclos de validação. 

Nesse caso, é útil lembrar sempre: quanto mais inovador, mais incerto. Então se você está buscando disrupção, esteja preparado para longos períodos de experimentos e validação.

Controle financeiro


Uma questão importante para sobreviver no mercado é o controle financeiro. Isso significa saber qual o seu cash burn rate (a velocidade com a qual você vai investir) e, assim, otimizar o uso do dinheiro. 

Não importa se ele vem de bootstrap, de investidores ou da empresa que está tentando criar um negócio inovador.  A fase de validação não é sprint, é maratona!

O pior cenário é quando o empreendedor não tem desapego às suas ideias iniciais e não enxerga a maratona. 

Nesses casos, o que acontece é:

  • Não querer fazer pesquisa;
  • Não querer realizar experimentos;
  • Querer logo construir “o produto completo”. 

Só que nessa mentalidade de produto completo, o empreendedor se organiza financeiramente para correr uma sprint, e não a maratona.

Dessa forma, gasta todo o tempo e dinheiro que tem construindo um sonho, não sobra nada para os ciclos de validação. É como apostar todas as suas fichas numa única jogada – o risco dessa estratégia é muito alto. 

Por isso, acredito que o exercício de fazer projeções financeiras para a etapa de validação, ainda que cheio de dúvidas, é uma das melhores maneiras de desenvolver esse desapego e se convencer de que é importante começar logo a testar e aprender.

Controle financeiro na validação de produtos digitais

Cuidado com os vieses na validação de produtos


Como já falamos, a fase de validação é uma trajetória de incertezas

A questão é que seres humanos não convivem bem com elas. Estamos programados para encontrar padrões, e ao longo da evolução desenvolvemos vieses cognitivos. 

Ao empreender, entram em ação vieses de confirmação e de ancoragem, que podem nos impedir de enxergar com clareza.

Na fase de validação é preciso estar atento, ter ouvidos de escutar e olhos de enxergar, para:

  • Absorver os números;
  • Ouvir feedback;
  • Filtrar os próprios vieses;
  • Separar métricas de vaidade dos indicadores reais. 

Não dá pra focar no número de curtidas de redes sociais e ignorar funis de conversão cheios de furos.

Equipe alinhada e indicadores estratégicos


O foco em métricas de vaidade pode ser resultado de um viés de confirmação, mas também aparece quando falta integração. 

Mesmo uma startup ou spin-off sendo uma organização pequena, há o risco de a comunicação não fluir e não haver uma estratégia integrada.

Na fase de validação há muita informação sendo coletada. O produto é como um avião cheio de sensores, com:

  • Métricas de uso e de atribuição;
  • Funis;
  • Métricas de retenção;
  • Testes com usuários;
  • Feedback;
  • Entrevistas;
  • Percepções e opiniões.

Toda essa informação precisa circular, ser conhecida e discutida pelo time como um todo. 

Assim, se existe um esforço de venda, se alguém está trabalhando na presença online, se há pessoas na operação, se tem gente fazendo suporte: todos precisam estar cientes de que a fase atual é de validação.

Deve estar claro para o time o que estamos testando agora e o que queremos aprender com isso. É necessário que a equipe tenha consciência de que nenhuma métrica de eficiência local importa nessa fase.

Aliás, falando de consciência e compartilhamento de informações, não há como cruzar essa fase sem se apoiar em conhecimento. 

Quanto maior o repertório, maior a preparação


Assim, para realizar a fase de validação é importante aprender:

  • Como medir;
  • Como avaliar;
  • Como obter dados e feedback;
  • Como interpretar os dados;
  • O que fazer com eles. 

Isso não significa que você vai encontrar receitas prontas: a validação de um produto digital está no universo dos problemas complexos, e por isso é de natureza empírica. 

Mas ainda que não exista um mapa pronto para seu trajeto, existem ferramentas conhecidas que podem te auxiliar a enxergar o caminho, e experiências anteriores para ajudar a aprender a ler os padrões do terreno.

A sugestão é buscar sobre:

  • Product discovery;
  • Product management;
  • Product marketing;
  • Outras técnicas e ferramentas que essas disciplinas trazem; 
  • Contar com o apoio de especialistas, pessoas que já tenham vivência;
  • Aprender sobre inovação e sobre estratégia. 
  • Participar da comunidade de startups da sua região;
  • Assistir palestras de empreendedores ou de teóricos importantes;
  • Ler artigos e livros de quem estuda inovação e estratégia. 

Você não vai ganhar soluções prontas: não dá simplesmente para copiar a experiência do outro, porque no domínio da complexidade a relação de causalidade não é tão simples para poder ser replicada. 

Mas com esse estudo você pode ampliar seu repertório de opções estratégicas, e estar mais preparado para responder às situações que irão aparecer durante a etapa de validação.

Conclusão


Neste texto, abordamos a importância da validação de produtos, explicando o que é, como validar, e mais, reforçando que ela envolve pesquisa de mercado, entrevistas com usuários, protótipos, testes de usabilidade e várias outras técnicas. 

Essas práticas são cruciais para ajustar e refinar a ideia até que ela se alinhe com as expectativas dos usuários. O esforço vale a pena: uma fase de validação bem feita é o que transforma uma ideia em um produto digital de impacto. 

Se você e sua empresa conseguirem, de fato, validar uma solução e atingir o product market fit, você criará a história de um negócio de sucesso, inovador, e, talvez até, disruptivo.

Nesse sentido, a SoftDesign possui o time de especialistas certo para ajudar nessa jornada, garantindo que você não desperdice recursos e atinja seus objetivos com eficácia.

Para saber mais sobre como a SoftDesign pode ajudar no desenvolvimento ágil de aplicativos, confira nosso case do aplicativo QM Wizard!

Perguntas frequentes


Aqui estão as respostas para algumas perguntas frequentes sobre validação de produtos:

O que é a validação de um produto?

A validação de um produto é o processo de testar um produto para garantir que ele resolve um problema real e atende às necessidades dos usuários.

Como validar um produto?

Para validar um produto, utilize pesquisas de mercado, entrevistas com usuários, protótipos e testes de usabilidade para coletar feedback.

Como criar um produto validado?

Crie um produto validado iterando constantemente com base no feedback dos usuários, ajustando e refinando a ideia até que ela atenda às expectativas do mercado e dos stakeholders.

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Foto do autor

Karina Hartmann

Karina é especialista em Inovação e Produtos Digitais, dedicando-se à concepção de novos negócios e soluções tanto para startups quanto para grandes empresas. Na SoftDesign, atua ainda como Líder em Product Management. Com mais de 15 anos atuando na área de Tecnologia, já desempenhou papéis variados, incluindo gerência de projetos, análise de sistemas, programação Java e melhoria de processos. É Mestre em Administração pela UFRGS, onde estudou métodos de desenvolvimento de produtos digitais inovadores. É Bacharel em Matemática Aplicada e possui pós-graduação em Governança de TI e Digital Business. Além disso, detém certificações CSM, PMP e CFPS.

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