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Inteligência Emocional em tempos de COVID-19

Por 09/07/2020 02/07/2024 5 minutos

A pandemia de coronavírus, que chegou ao Brasil ainda no primeiro trimestre de 2020, desenhou uma nova realidade para as pessoas. Mudanças como isolamento social e sair do trabalho presencial para o remoto podem causar emoções diferentes do que estamos acostumados. Diante desse novo cenário, Helena Brochado – psicóloga e idealizadora da consultoria Com Propósito – conversou sobre Inteligência Emocional com os nossos colaboradores em mais uma edição online do SoftDrops*.

Helena iniciou sua apresentação falando sobre as emoções. Para a psicóloga, o principal é compreender que no lugar de tentar controlá-las é necessário lidar com elas, uma vez que  existem desde o nascimento em cada um de nós. É por meio das emoções que entendemos as pessoas ao nosso redor e os sentimentos provocados por determinados acontecimentos.

O mundo mudou

Ao citar especificamente o atual momento – desencadeado pela pandemia – a psicóloga ressaltou a importância de encarar a situação como uma transformação social, e não uma crise. Ter essa visão é importante, pois as mudanças geradas por esse novo contexto vão desde a realidade das empresas e o novo formato de trabalho, até um novo conceito de presença. ‘Estar presente’ não significa mais estar em um lugar fisicamente, mas ter o foco e a mente no ‘agora’, no que está sendo vivenciado.

Em relação ao novo modo de trabalho, Helena comentou que há pontos positivos e negativos no momento atual. Por um lado, as pessoas economizam em transporte, ganham mais tempo, mais autonomia e qualidade de vida – já que estão mais em casa. Por outro lado, a tendência é ficar mais disperso, o que pode impactar nas entregas. Além disso, também se altera a forma como os indivíduos se relacionam com a empresa, pois a cultura da organização perde força e o sentimento de coletividade não permanece o mesmo.  É nesse ponto que a comunicação ganha uma importância ainda maior, pois impacta diretamente nas relações e nas emoções.

No home office é natural sentir que se trabalha muito, mas o rendimento é baixo. Essa percepção, segundo a psicóloga, é o cérebro aprendendo um novo conceito e uma nova rotina. A adaptação pode causar ansiedade e a primeira emoção que parte dela é o medo. Na sequência vem a etapa de aprendizado e a situação começa a fazer mais sentido. Por isso, é importante manter os hábitos diários anteriores à pandemia como, por exemplo, trocar de roupa ao acordar e tomar café antes de começar o expediente, criando uma zona de conforto, de familiaridade. Ainda, é essencial desenvolver a capacidade de compreender emoções para trabalhá-las, entendendo que isso tudo é um processo.

O que é inteligência emocional?

A partir do conceito definido por John Mayer, Peter Salovey e David Caruso, Helena definiu que Inteligência Emocional é “a capacidade de perceber, avaliar e de expressar emoções. É a habilidade de lidar com as emoções para promover o crescimento emocional e intelectual”. É esse tipo de inteligência que permite que os indivíduos façam escolhas assertivas. Sem ela, perdemos a capacidade da presença, que falamos anteriormente.

Ao se ter consciência das emoções primárias – alegria, tristeza, raiva, medo, aversão e surpresa – e o que elas demandam, é possível aprender a lidar com elas. É preciso ter em mente que nenhuma emoção é ruim, elas são necessárias para lidar com determinadas situações  e manter a saúde mental. Quando um evento transformador acontece, como uma pandemia mundial, entramos em um ciclo. A partir do acontecimento uma emoção é desencadeada e um sentimento (um pensamento) é desenvolvido. Em seguida, o comportamento diante dessas situações é o que resulta em uma ação.

Técnica C.I.A.

Aceitar essa nova realidade não é um processo fácil. Helena compartilhou algumas informações sobre o método C.I.A., como uma possível forma de lidar com mudanças. Criada por Janet Feldman, a técnica consiste em tomar consciência do que podemos controlar – como um conteúdo que acessamos online; influenciar – através do diálogo e da comunicação; ou aceitar – que as mudanças são inevitáveis, por exemplo. No caso da pandemia, essas etapas auxiliam no processo de racionalização, permitindo enxergar que situações estão dentro do nosso escopo e quais não, deixando tudo mais leve e eliminando a culpa sobre tudo aquilo que não depende de nós.

Felicidade nas pequenas coisas

Segundo a psicóloga, a autora Sonja Lyubomirsky expõe que a felicidade é resultado 50%  da genética, 10% das circunstâncias e 40% por ações intencionais. Mas, afinal, o que é uma ação intencional? É a escolha de como você vai viver o seu dia a dia.

Helena concluiu sua apresentação salientando que a felicidade não está só na realização profissional, por exemplo. Investir nas relações sociais – mesmo que online nesse momento – perdoar o outro, viver o presente, não julgar o próximo, ajudar alguém que precisa do seu apoio, comprometer-se com os seus objetivos e cuidar do corpo e da alma são  algumas maneiras para se ter momentos felizes. Coisas boas podem resultar, inclusive das pequenas ações no seu dia. Uma dica é anotar essas realizações no celular ou em um caderno, por exemplo, para lhe ajudar a ser grato e a reconhecer o que lhe faz bem.

*O SoftDrops é um evento de troca de conhecimento que acontece todas as quartas-feiras, na sede da SoftDesign. A cada semana, um colaborador se predispõe a expor para os colegas algum tema de seu interesse, que tenha relação com os três pilares do nosso negócio: design, agilidade e tecnologia. A minipalestra dura em torno de trinta minutos e é seguida por um bate-papo entre os participantes.

Foto do autor

Cecilia Ribeiro

Product Manager, formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Com sólida experiência na Gestão de Marketing de Produto e Estratégia.

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